A juventude é um tempo de sonhos, desejos, expectativas e descobertas. Ana e Klao nos remonta a esse universo em que a vida se descortina cheia de surpresas e aprendizados. Com palavras muito bem desenhadas e oportunas, a história (ou as histórias) nos toca em seus detalhes, em cada minúcia cuidadosamente costurada. Anderson de Oliveira tem essa magia de artesão: a de nos transportar para dentro do enredo e, assim, podermos enveredar e viver, junto com os personagens, seus anseios, suas conquistas e alegrias, de maneira leve e singela.
Assistimos às cenas e aos cenários como se fizéssemos parte deles, como se conhecêssemos cada um dos personagens ou como se fossem um de nós, num reconhecer-se pela intimidade prazerosa e feliz. A pureza de Ana e Klao nos leva a uma dimensão sublime e misteriosa, possível a partir da leitura curiosa do desenrolar da sua e de outras histórias. A nobreza das relações que vão sendo construídas nos faz perceber a bondade e a generosidade do ser humano e nos conduz, ao mesmo tempo, a uma realidade desejada.
Ana e Klao é uma leitura para ser degustada “petit à petit”, pouco a pouco. À medida que desdobramos as histórias, um pouco de nós se revela, também, em lembranças, sentimentos, cheiros, gostos e sensações, numa sinestesia que nos faz viajar e nos aproximar de novos mundos cheios de curiosidades, empatia e afeto.